quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Big rider brasileiro conta como foi surfar uma onda de 20 metros

Depois de encarar as morras havaianas, o big rider Romeu Bruno, o primeiro brasileiro a praticar tow-in, conta no Brasil, como foi, segundo ele, a sua melhor temporada. Acostumado a surfar ondas, com mais de 10 metros de altura, o big rider teve o privilégio, ao lado de outros brasileiros, de pegar a maior ondulação que quebrou em Jaws, na ilha de Maui.

Logo após os dois meses magros em relação às ondas, que variavam de 10 a 15 pés, porém com má formação em alguns dias, devido à direção do swell, o dia 10 de janeiro deste ano entrou para a história de ondas gigantes, que chegaram por volta dos 20 a 25 metros de face. Sendo um dos protagonistas entre os brasileiros, Romeu surfou uma das melhores ondas de sua vida.

“Neste dia entrou um swell de 60 pés plus de face. As ondas estavam lindas, assustadoras, tubulares e muito perigosas por causa da direção do swell”, descreve o big rider. “A ondulação de oeste forma uma correnteza que sai por baixo do pico, formando vários degraus na face da onda e também forma uma curva no fim da onda que pode fechar ou rolar um tubo alucinante”, explica.

Mesmo estando acostumado a condições atípicas dentro do mar, o visual das ondas eram aterrorizantes. “Fiquei assustado quando cheguei no canal às 7h, mas logo me acostumei com o que estava vendo”, confessa. Após conferir as condições em terra firme, era hora de desbravar as morras dentro do mar.

“Fiz parceria com o Edison de Paulo, meu velho parceiro de salva-vidas, puxando-o primeiro em várias ondas da série. Depois ele me rebocou em três boas, até entrar uma onda de 60 pés. Essa foi uma das minhas melhores”, relata Romeu que dropou no crítico da onda.

Disposto a pegar as maiores, eles foram para trás do pico. “Ficamos esperando por uns 40 minutos, quando o horizonte começou a se mexer, e uma das maiores ondas, com 70 pés, apareceu. Estávamos muito atrás e o Edison não conseguiu alcança-la”, lamenta. Caso pegasse esta onda, ele estaria concorrendo ao Billabong XXL, que premiará o surfista que pegar a maior onda da temporada com US$ 50 mil, mais US$ 1 mil por cada pé, para ondas maiores que 50 pés de face.

Em seguida, Romeu e seu parceiro encararam uma outra onda um pouco menor, no entanto, desafiadora. “Entrou uma onda de 40 pés. Dropei reto fiz a curva e a parede armou na frente. O único caminho era o tubo. Quando botei para dentro não vi a luz do fim do túnel”, relembra.

O tubo era tão imenso, que segundo Romeu, caberiam dois caminhões lá dentro. “O barulho da onda era muito alto e o salão tinha a cor azul turquesa. Ela estava rodando muito rápida e eu posicionado muito no fundo do tubo, curtindo o momento. Minha prancha acelerou bastante e passei mais uma seção que parecia que ia fechar. Comecei a ver a luz novamente, e quando estava quase saindo, o teto desabou ficando tudo escuro”.

Do paraíso, Bruno mergulhou no mais profundo abismo de terror. Graças ao seu preparo físico, mental e psicológico, aliada a larga experiência, não lhe faltou ar para subir. “Rodei com muita violência, sendo arremessado para o fundo pela absurda massa d’água. Graças a Deus, eu estava tranqüilo e apesar de ficar por um bom tempo, consegui subi com ar, até ser resgatado”.

Apesar de ter saído ileso da queda, a sua parceira não teve a mesma sorte. “Perdi a minha prancha e ela foi parar nas pedras. Quando fui resgata-la e partir para outro tubo, vi que as quilhas estavam quebradas. Foi o fim da sessão para mim”, lamenta.

Entretanto, Romeu já está pensando na próxima temporada. “O treino para encarar Jaws novamente já começou, e estou motivado para surfar com a melhor performance da minha carreira”, promete o atleta da South to South.

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